Cantor Belo

Nada pode parar Belo. Nada consegue parar Belo. Em seu décimo ano de carreira solo, o cantor lança agora seu 10º álbum. E nem as turbulências conseguem impedir que ele siga em vôo de cruzeiro amparado por milhões de fãs. Este é o retrato mais claro de Pra Ser Amor, que sai pouco mais de um ano depois do sucesso “Primavera”. E que marca a retomada das turnês internacionais e a preparação de sua biografia em livro e filme.

Entende agora o começo do texto ditando que nada (mesmo) consegue parar Belo?

Sua carreira no samba começou em 1993, aos 19 anos, no Soweto, grupo que explodiu na segunda metade dos anos 1990. Logo no primeiro trabalho, o primeiro imenso desafio a superar – seu companheiro de grupo Buiú foi assassinado em assalto pouco antes do lançamento do primeiro disco.

No conjunto, Belo moldou o que viria a ser sua carreira – a veia romântica de crooner associada ao samba que o educou artisticamente desde o berço. E isto está presente em Pra Ser Amor. Da primeira à décima-quinta faixa.

O romantismo que se transforma em samba abre a porta do trabalho em “O Meu Amor é Belo”. “Tudo Outra Vez” segue a mesma toada deliciosa, com romantismo ditando o primeiro trecho e o samba encorpando a canção.

O disco é belamente (sem trocadilhos) conduzido com arranjos de cordas associadas à fórmula criada por Belo – dá as caras em “Direito de te Amar” e “Vem Amor”.

O samba ganha groove em “Vai na Fé” e toque de balada em “Falso Adeus”. Por falar em balada, Belo bebeu da fonte em “Pra Ser Amor” e esta conduz o início de “Defeito Meu” e “O Vinho e a Flor”. Já o romantismo cantado que se transforma em samba segue em “Conquista” e mais para o final em “Perde e Ganha”.

Como não poderia faltar, o acento de samba-canção soa em “O Céu Beijando o Mar”, “Intimidade” e “Tanta Ira”.

“Pra Ser Amor” fecha com versão ao vivo para “Todo Cambió”, rebatizada/traduzida para “Tudo Mudou”.

E enquanto o disco é lançado, Belo desembarca na Europa e depois segue para os Estados Unidos em turnê. E enquanto o disco é lançado, muitos milhares somarão aos mais de sete milhões de álbuns vendidos nesta década de carreira-solo. Afinal, nada consegue segurar Belo.